quarta-feira, 15 de março de 2017

1º dia

A cidade Velha, Genebra.



A viagem a Israel incluiu uma escala em Genebra, na Suíça, que teria sido de um só dia não fosse eu ter perdido o avião para Tel Aviv. As causas do sucedido estão ainda longe de estarem completamente apuradas. Parece que o viandante ( isto é, eu ) se terá apresentado a tempo e horas, com check in devidamente feito no aeroporto da cidade. Terá sido a clássica distracção provocada pela presença em massa de um público feminino com atributos estéticos acima do normal a causa da tragédia? Uma pergunta difícil de responder e que provavelmente ficará sem resposta durante muitos e bons anos. A verdade é que acabei por ficar 3 simpáticos dias a gozar um inverno de céu azul e temperaturas de zero graus que me aguçou ainda mais o apetite para os trinta graus que me ofereceu a Terra Santa. Está escrito que todos os mortais deveriam pelo menos uma vez na vida perder um avião. 

2º dia
Jerusalém 


Esta vista da Cúpula da Rocha e do Muro das Lamentações dá o mote para o arranque de uma viagem por alguns lugares da Terra Santa. Viajar por Israel é tropeçar a cada esquina na densidade da história, na intensidade a que se desenrola diariamente a vida do país e finalmente na tensão da relação entre as pessoas. Como alguém um dia disse, o que fascina em lugares como este ( Israel ) é esta mistura absolutamente impressionante de raças, religiões e modos de vida diferentes, o que entristece logo a seguir é ver a incapacidade de todos eles conseguirem viver uns com os outros. Mas se esta verdade é complexa de gerir no dia-a-dia para quem ali vive, já para o viandante estrangeiro a única coisa que se pode pedir é que desfrute de toda aquela riqueza da natureza humana, com sentido critico e sensibilidade apurada, mas também sem preconceitos nem facciosismos primários. Israel é um país que impressiona logo à saída do avião. Como é que pessoas saídas directamente da câmara de horrores que foi a segunda guerra mundial conseguiram erguer um país ( e que país ) em tão pouco tempo, é a pergunta que fica. Depois, à medida que vamos mergulhando nas diferentes realidades, novos e contraditórios sentimentos nos voltam a assaltar … mas cada coisa a seu tempo.




Igreja da Assunção

O Monte das Oliveiras não é só um lugar sagrado para judeus, muçulmanos e cristãos, tem também a melhor vista sobre o centro histórico e é seguramente o melhor ponto para partir à descoberta da cidade. Ao fundo, bem no sopé do Monte, perto do vale de Cedrão está a igreja da Assunção, o local onde dizem ter sido sepultada Maria, mãe de Jesus.




Igreja de Todas as Nações e Jardim de Getsemâni em Jerusalém
Jerusalém é o sítio onde dizem que aconteceu ou que vai acontecer. Aquilo que é supostamente motivo de dúvida para o não crente acabou no entanto por assentar como verdade incontestada para muitos milhões de pessoas de todo o mundo ao longo da história. Jerusalém é a Meca do judaísmo e do cristianismo … se é que me é permitido dizer isto desta maneira. É no meio da força desta energia histórica/ religiosa/ profética, que me vou deixando, também eu, conduzir pelas ruas da cidade. 
Um pouco acima da igreja da Assunção está a igreja de todas as nações e o jardim de Getsemâni, o local onde Jesus terá rezado pela última vez com os seus apóstolos antes de ser crucificado e onde Judas terá traído o seu pastor … DIZEM.



Tumba de Ben Hezir e túmulo de Zacarias no vale do Cedrão
Descendo o Monte das Oliveiras vamos encontrar o vale de Cedrão. Estes dois locais são sagrados, tanto para os judeus, como para cristãos e muçulmanos. Diz o antigo testamento que quem ali for sepultado ressuscitará no dia do juízo final ( espero não estar a dizer nenhum disparate ). É essa a razão pela qual estão cheios de sepulturas. Não deixa de ser curioso que o lugar mais nobre e o metro quadrado mais disputado de toda a cidade seja um privilégio dos ... mortos.



Jaffa gate, a porta eleita por mim para romper a muralha e partir à conquista da cidade velha, devidamente "armado" de caneta e papel.
O estado de Israel teve a sua fundação em 1948, mas foram precisos 19 anos para que o exército israelita tomasse conta de Jerusalém na sequência da chamada guerra dos seis dias. Esta guerra que teve como propósito uma resposta por parte de Israel ao plano concertado de invasão de vários países árabes, vizinhos, ao seu território ( há uma teoria contrária que defende que os árabes se preparavam para atacar alegando o conhecimento de um plano de invasão do exercito israelita ) acabou por marcar de uma forma clara a superioridade do exército judeu e estabeleceu um poder judaico sobre toda a região que se manteve até aos nossos dias. A vitória de Israel foi avassaladora e devastadora para o exército árabe que viu morrer um número considerável de pessoas, assim como destruído grande parte do seu material de guerra. Desde então  Jerusalém passou a ser uma cidade sob administração israelita, mas mais do que isso Israel passou também a ter o controlo sob os territórios da Cijordânia e da faixa de Gaza, para onde foram relegados todos os palestinianos que perderam as suas casas no agora chamado estado de Israel. Ainda hoje, passados mais de quarenta anos, é possível ver as marcas das balas na pedra da muralha da Lion Gate, o local por onde a divisão dos pára-quedistas do exército israelita conseguiu entrar, furando o bloqueio dos sitiados palestinianos. 
3º dia


Judeus, cristãos e muçulmanos disputam diariamente, de costas voltadas, cada metro quadrado de fé da cidade, debaixo do olhar sempre atento dos homens das armas. 
Para quem espera encontrar uma cidade imponente de monumentos, arquitectura e arte, condizente com a idade e a riqueza da sua história vai desiludir-se profundamente em Jerusalém. Jerusalém é uma cidade discreta nesse aspecto, por ser o resultado de uma soma de várias conquistas, saques, guerras e terramotos ao longo dos últimos 2000 anos. Jerusalém não tem arte, é sobretudo religião, essa energia misteriosa, força indestrutível, que vem não se sabe bem de onde, capaz de fazer transbordar o melhor e o pior da natureza humana. 



Uma manhã em Jerusalém a caminho do Calvário … literalmente.
Calvário ( em latim ) ou Gólgota ( em aramaico ) é o nome que designa a rocha/ colina, onde se supõe que Jesus tenha sido crucificado. Foi Helena, a mãe do imperador Constantino ( o mesmo que terminou oficialmente com a perseguição aos cristãos e o primeiro imperador a adoptar o cristianismo como religião oficial do império ), que numa viagem a Jerusalém, no século IV, identificou o local, assim como, também, o suposto tumulo um pouco mais ao lado. Foi sobre essa rocha que se edificou o primeiro templo cristão que foi evoluindo ao longo dos anos até chegar à actual igreja do Santo Sepulcro.

Igreja do Santo sepulcro, à espera das suas doses diárias de turistas e de fieis, … a dieta perfeita para continuar a viver por muitos e bons anos. 




A mesquita da Cúpula da Rocha e a mesquita de Al Aqsa na cidade velha, no local onde antigamente se situava o templo judaico de Jerusalém, vista do monte das Oliveiras. Uma imagem que é bem o exemplo do que foi e é a complexidade histórica, cultural e religiosa da cidade.




Lugar de culto e um dos principais ex libris da cidade, o Muro das Lamentações é o que resta do antigo templo de Jerusalém ou templo de Herodes, destruído definitivamente no ano 70 da nossa era. 

A imagem do “muro” assenta que nem uma luva no imaginário da história dos judeus. Simboliza toda uma ideia de resistência, de defesa e de independência de um povo e de uma cultura contra a adversidade e contra a perseguição. Já para os árabes o muro é sinónimo de prepotência, barreira e colonatos. São duas visões da mesma imagem diametralmente opostas que são usadas como arma de arremesso diariamente na cidade, no país e no mundo. 
Depois há aqueles, como eu, para quem o muro não é uma coisa nem outra, é apenas uma parede de pedra com mais de dois mil anos de história à qual a curiosidade não consegue resistir … até um dia … tal como na história da curiosidade e do gato.

4º dia

Monte do Templo (Har Habait, em hebraico ), ou Nobre Santuário ( Haram esh-Sharif , em árabe ) com a mesquita da Cúpula da Rocha.
Há duas formas de entrar no Haram esh-Sharif. De manhã o espaço está estritamente reservado aos fiéis islâmicos e a entrada é feita pelas portas do quarteirão muçulmano. Da parte da tarde o espaço é aberto às restantes pessoas, turistas, com entrada pela Porta de Monturo, no quarteirão judeu. O Haram esh-Sharif é um dos lugares mais emblemáticos e míticos não só de Israel como também da própria história do Ocidente e um verdadeiro quebra-cabeças para todos aqueles que tentam fazer um esforço para entenderem os meandros da natureza humana. Terá sido ali que Deus testou a fidelidade de Abraão pedindo-lhe que matasse o seu próprio filho e que Maomé terá subido aos céus levado pelo arcanjo Gabriel. Os judeus fizeram do lugar um espaço de culto, construindo o templo de Jerusalém e anos mais tarde os muçulmanos transformaram o mesmo lugar num espaço de culto islâmico, construindo a Mesquita da Cúpula da Rocha, precisamente por cima da pedra sagrada, a mesma onde segundo a história se guardava a Arca da Santa Aliança, no antigo templo judeu do rei Salomão. Os judeus reivindicam para si a cidade, desde a sua fundação, como berço do judaísmo, os muçulmanos tornaram-na na terceira cidade santa do islão, depois de Meca e Medina. A história dos povos podia ser menos complicada, penso eu, enquanto escuto o canto do muezim chamando os seus fieis para a oração. Podia, claro que sim, mas não era a mesma coisa.

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A Via Dolorosa, que vai da porta de Santo Estevão até à Igreja do Santo Sepulcro, foi, de acordo com a tradição cristã, o caminho percorrido por Jesus até ao local da crucificação, antes da sua morte. Do caminho constam 14 etapas, que destacam momentos importantes da caminhada, das quais 5 estão dentro da própria igreja. Hoje, grande parte desse percurso faz parte do quarteirão muçulmano. 
Durante o dia cristãos ortodoxos e católicos em rituais de fé profunda, carregando grandes cruzes de madeira, misturam-se com o olhar indiferente dos comerciantes muçulmanos e de mulheres de cara tapada, tudo temperado com turistas em massa de todas as partes do mundo e elementos do exército israelita, num verdadeiro cozinhado étnico/ religioso/ político. A chamada "Caldeirada à Jerusalém".

5º dia


Para quem pensa que o interesse de jerusalém se resume exclusivamente à cidade velha está redondamente enganado. Há edifícios emblemáticos espalhados pelos quatro cantos, bairros de antes e depois da ocupação israelita e toda uma geometria urbana que sobe e desce colinas, atravessa parques, umas vezes caótica, como boa cidade mediterranica que se preze, outras vezes exemplar de organização, ou não fossem eles judeus. Há toda uma cidade que vive e se agita, do primeiro ao último minuto do dia. Museus que ficam abertos até à meia-noite, parques onde famílias fazem piqueniques pela noite fora e uma agitação e uma vida nas ruas que dá inveja para quem, como eu, vem de um país onde as pessoas parecem não conseguir sair de um estado vegetal crónico. Em Israel há aquilo a que os espanhóis chamam “ a fúria de viver “. Vive-se cada hora do dia como se fosse a última mas é óbvio que também pensam no país como se vivessem para sempre. É o que dá ser Judeu na Terra Santa. E é no meio desta cidade que sofre de hipertensão crónica que vamos encontrar a emblemática rua Ben Yehuda, aquela à qual podemos chamar o coração da moderna Jerusalém. A rua Bem Yehuda é a clássica rua pedonal da cidade, com os clássicos cafés, as clássicas esplanadas, o clássico comércio, a clássica animação cultural de rua e, de vez em quando, também, com o chamado “clássico atentado terrorista”. Nada que pareça perturbar a clássica rotina da cidade.


Uma rua de Tel Aviv 

Se Jerusalém é a cidade da religião Tel Aviv é a cidade da ideologia, se uma representa o berço do judaísmo a outra representa a locomotiva do capitalismo. Israel é mais do que um país, é um feliz casamento saído de um verdadeiro conto de fadas. A religião e o dinheiro juntos, em juras de amor eterno, prometendo amarem-se e respeitarem-se na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza ( mais riqueza que pobreza ) até que a morte os separe.
6º dia


Praia de Tel Aviv
À medida que nos vamos aproximando de Tel Aviv começam a aparecer os primeiros odores de maresia, protector solar e óleo de coco. A Terra Prometida é verdadeiramente uma terra santa e abençoada. Senão como se pode explicar que em finais de Novembro a capital Tel Aviv tenha o descaramento de registar a inqualificável temperatura de 29 graus, quando toda a Europa do norte já bate o dente de frio com os primeiros nevões e a Europa do sul desespera em acelerado estado de depressão com o tempo cinzento e as chuvas invernosas?
Caminhar ao longo da pedonal que corre paralela às praias é o melhor exercício de turismo que se pode fazer nesta cidade. Pelo meio tiramos uns minutos para um, mais do que merecido, mergulho, e acabamos o dia no antigo porto de Jaffa a ver o pôr-do-sol e a olhar o mar azul sem fim. 
Até a minha inabalável fé agnóstica corre o risco de desabar diante de tamanha evidência … Graças a Deus.

Porto de Jaffa

Se caminharmos ao longo das praias de Tel Aviv, na direcção sul, vamos dar ao pequeno porto de Jaffa, que já foi, em tempos, um dos maiores portos da zona oriental do Mediterrâneo. Povoado pelos Fenícios, utilizado pelos romanos, pelos cruzados, pelos turcos ( fala-se inclusive que Napoleão terá por lá passado ) foi também um dos grandes centros de acolhimento de judeus no período pós-guerra. Da população maioritariamente palestiniana da altura resta apenas hoje uma pequena percentagem que foi convidada ( eufemismo ) a viver nos arrabaldes do porto, cedendo o lugar aos judeus emigrantes que foram chegando em massa nos últimos 60 anos. Apesar das tensões da história recente é no entanto um lugar que facilmente nos agarra. Ruelas, becos, pátios, esplanadas, galerias de arte e o vai e vem continuo dos barcos deixam-nos com muito pouca vontade de sair dali. 
... e se não o conseguirmos fazer durante o dia, ao pôr-do-sol, então, já será tarde de mais.

7º dia

Uma operação stop, a caminho do Mar Morto, sempre em alerta máximo aos movimentos do fiel inimigo.
Em Israel os soldados são parte integrante da paisagem ou como se costuma dizer, fazem parte da mobília da nação. Há-os por toda a parte, para todos os gostos e feitios. São normalmente jovens rapazes e raparigas, que em momentos de tranquilidade parecem não partir um prato, mas que em situações de tensão, numa pequena fracção de segundo, são capazes de perder todo o ar cândido e transformarem-se em verdadeiros “comandos” prontos para o campo de batalha. Alguém é capaz de imaginar raparigas, de metralhadora em punho, a contar piadas e a rir, a falar de namorados e de romances, de actores de cinema e ídolos do Rock, de programas de televisão, facebook e coisas afins, como se de jovens teenagers inconscientes se tratassem transformarem-se rapidamente em forças de tropa de elite, com caras de muito poucos amigos? Pois, eu também não era capaz … 



A praia de Ein Gedi. Ao longe as montanhas da Jordânia e por de trás das montanhas as mágicas ruínas da cidade de Petra.


O autocarro sai de Jerusalém. É aproximadamente uma hora o tempo que precisa de percorrer até aparecerem os primeiros sinais de água do mar, que é na verdade mais um lago do que um mar, ou, dito de outra maneira, um lago no tamanho mas um mar de histórias. O percurso, quase sempre a descer, deixa para trás as colinas rochosas da cidade Santa para entrar num vale deserto com muito poucos sinais de vida. Algumas árvores, pouquíssima vegetação e um mar dez vezes mais salgado que os oceanos. O mítico mar Morto mostra-se finalmente ao turista acidental, do alto dos seus 400 metros abaixo do nível médio das águas do mar. Estou rendido à evidência. As minhas expectativas foram todas superadas, o lugar é tudo aquilo que se diz e ainda mais alguma coisa. Mas vamos por partes. Primeiro comecemos por onde devemos começar. O autocarro deixa-me em Masada, paragem obrigatória antes de prosseguir a viagem para Eilat, no sul do país. A história de Masada conta-se em meia dúzia de linhas: foi aqui que o último foco de rebelião dos judeus contra o império romano na palestina resistiu, suportando um cerco que durou meses. Durante todo esse tempo os romanos não ficaram parados, construíram uma rampa para acederem ao planalto de cerca de 400 metros de altura e quando o ataque parecia inevitável os habitantes, recusando a rendição, optaram pelo suicídio colectivo. Hoje o local é referenciado pelos judeus como tudo aquilo que jamais deverá voltar a acontecer no país. É um símbolo da resistência e da história de Israel e por isso mesmo o local eleito todos os anos para os militares fazerem o seu juramento de bandeira. Histórias à parte, a realidade é que a geografia não fica nada a dever à história. As vistas são de cortar a respiração e o mar ao longe parece caber nas duas palmas das minhas mãos. Só aqui tomamos finalmente consciência da crua realidade, a de que o mar Morto recua todos os anos cerca de um metro, perde água que não volta a recuperar e cada ano que passa vai definhando mais e mais. O mar Morto está a morrer. Será isto possível? Desço à base, como uma refeição rápida e apanho um novo autocarro que me conduz à clássica praia de Ein Gedi, para passar as últimas horas do dia a boiar na água pastosa, enquanto o sol vai caindo no horizonte. Sou o último a sair da praia


e sou o único na paragem do autocarro junto à estrada nacional. A noite começa a ganhar forma e eu ainda tenho um caminho de volta para percorrer. Se nesta terra se cumprirem os horários ainda hoje estarei de regresso à cidade santa. Se …

8º dia


A viagem está a chegar ao fim.

Hotel do Rei David, Jerusalém,Israel.

Até ao século XVIII o turismo caracterizou-se fundamentalmente por viagens individuais por conta e risco, de carácter religioso, comercial, de saúde, de estudo ou político. No século XIX, com o desenvolvimento dos transportes e o crescimento de famílias com dinheiro, aparece um novo tipo de viagem: o turismo cultural ou de lazer. O inglês Thomas Cook foi o primeiro a perceber este potencial e a desenvolver o conceito de viagem organizada. Para este novo turismo e os principais lugares históricos da bacia do Mediterrâneo foi apenas o início de uma grande amizade. Juntamente com os transportes começou igualmente a desenvolver-se toda uma indústria ligada à viagem: roupas, malas, acessórios. Mas a verdadeira referência dessas viagens continua ainda espalhada pelos locais históricos do chamado próximo, médio e extremo oriente, através dos clássicos hotéis de charme que sobreviveram ao tempo e a este verdadeiro vendaval que é o turismo fast food. Exemplos como o La Mamounia de Marrakech, como o Old Cataract hotel, em Assuan, no Egipto, como o Hotel Pera Palace em Istambul, ou o clássico Taj Mahal hotel, de BomBaim, entre outros, são apenas alguns exemplos que de uma determinada maneira nos fazem viajar no tempo. Tudo isto, finalmente, para chegar a Jerusalém que também não podia deixar de ter o seu clássico hotel de charme, neste caso o hotel do rei David, que tal como os outros, também visitei, embora nunca na condição de hóspede pelas razões que será fácil perceber.